Com seis dias restantes no cargo, oAdministração Trump decidiu mirar em outro gigante chinês da eletrônica: Xiaomi, o terceiro maior fabricante de telefones do mundo. Segundo o que surgiu nas últimas horas, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos também entrou na empresa fundada em 2010 por Lei Jun em lista negra de empresas que se acredita terem ligações com os militares chineses. No momento, parece que a medida não afeta as atuais relações comerciais entre Xiaomi e as diversas empresas americanas (como aconteceu no caso da Huawei), mas pode forçar este último a interromper as relações com o gigante chinês a partir de 11 de novembro de 2021, de acordo com a Reuters. Segue abaixo um breve pronunciamento divulgado por um porta-voz da empresa, aos microfones do The Verge:
A Xiaomi sempre respeitou a lei e agiu de acordo com as disposições e regulamentos das jurisdições dos países nos quais realiza seus negócios. A Companhia reitera que fornece produtos e serviços de uso civil e comercial. Também confirma que não pertence, é controlado ou afiliado aos militares chineses e que não é uma "Sociedade Militar Comunista Chinesa", conforme definido pela NDAA. A Xiaomi tomará as medidas adequadas para proteger os interesses da Empresa e de seus acionistas e também está examinando as possíveis consequências desse ato para obter uma imagem mais completa de seu impacto no Grupo. Haverá mais anúncios, se e quando a Xiaomi considerar apropriado.
Embora o governo Biden possa anular a lei, ficamos surpresos ao ver uma empresa de eletrônicos de consumo nesta lista. A maioria das outras empresas envolvidas é mais orientada para a indústria, especializando-se em aviação, aeroespacial, construção naval, química, telecomunicações, construção e outras formas de infraestrutura. A Huawei, segunda maior fabricante de celulares do mundo, também está na lista, mas a última também fabrica equipamentos de telecomunicações em larga escala.
Vale ressaltar que nos Estados Unidos existem duas listas negras, a de Departamento de Defesa, que bloqueia os investimentos de empresas americanas, e das Departamento de Comércio, que autoriza explicitamente a possibilidade de relações comerciais com empresas americanas. Ao contrário da Huawei, que foi incluída em ambas as listas, a Xiaomi encontra-se exclusivamente na de Defesa, portanto no momento Os serviços do Google e o fornecimento de componentes não estariam em risco.